Ministro de Bolsonaro, Ciro Nogueira aposta em palanque duplo para derrotar o PT no Piauí
O ministro da Casa Civil articula apoios à eleição de Sílvio Mendes (União Brasil), mas também viabilizou a candidatura do coronel Diego Melo (PL) pelo partido do presidente Jair Bolsonaro. Após dois mandatos, Dias concorre ao Senado. Ministro Ciro Nogueira apoia candidaturas da oposição no Piauí: Silvio Mendes (à esq) e Coronel Diego (à dir) Montagem: Reprodução e Andrê Nascimento/g1 Ministro da Casa Civil e presidente nacional do Progressistas (PP), Ciro Nogueira é o grande articulador da oposição ao governo do Piauí, sua base eleitoral. No estado, ele tem sob seu comando duas candidaturas com o objetivo de tirar o PT do poder, já que o atual governador, Wellington Dias, concorrerá ao Senado e tenta fazer o seu sucessor. Apoiador fiel de Bolsonaro nos últimos anos e um dos líderes do Centrão, Nogueira investe no ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (União Brasil), nesta eleição. Tanto que sua ex-mulher e correligionária, a deputada federal Iracema Portela (PP), está como vice na chapa. Eleição de 2022 terá campanha mais curta desde 1994 Outro movimento ocorreu dentro do Partido Liberal (PL), atual sigla do presidente Jair Bolsonaro. O ministro foi responsável pela candidatura do coronel Diego Melo, que há até pouco tempo era do Patriota e migrou para a sigla bolsonarista. Antes, Ciro indicou a jornalista Samanta Cavalca para ser presidente estadual do PL –com o aval de Bolsonaro. Coronel Diego foi oficializado como candidato ao governo do estado na última sexta-feira (22) e a convenção contou com a presença do ministro Ciro Nogueira e da senadora Eliane Nogueira (PP), mãe do ministro. Ela assumiu vaga como senadora após a licença de Ciro para ocupar o ministério no governo Bolsonaro. Ciro Nogueira durante convenção do candidato do PL ao governo do Piauí Há outras manobras para derrotar o ex-governador Wellington Dias (PT), que apoia a candidatura do petista Rafael Fonteles ao Palácio de Karnak, e do próprio Dias, que concorre a uma vaga no Senado. Nogueira trouxe para a primeira suplência de seu pré-candidato ao Senado Joel Rodrigues (PP), um pré-candidato do PDT. Charles da Silveira é correligionário do candidato à presidência da República Ciro Gomes. Polarização Assim como no âmbito nacional na disputa entre Bolsonaro e Lula (PT), líderes das pesquisas de intenção de voto segundo o Datafolha, no Piauí também há polarização. Especialistas afirmam que os candidatos locais têm foco nos dois representantes nacionais para alavancar suas campanhas. “Ciro Nogueira e o PP , Wellington Dias e o PT se colocam em lados antagônicos e, consequentemente, as candidaturas apoiadas por eles. Não há como uma disputa estadual se desvincular inteiramente da disputa presidencial", diz o cientista político Vitor Sandes. Vitor conta que, desde 1994, as eleições nacionais e estaduais "são 'casadas', ou seja, elas ocorrem ao mesmo tempo. É estratégico para os candidatos presidenciais mais competitivos ter palanques nos estados e, diante disso, os vínculos dos políticos e dos partidos nos estados com os presidenciáveis acabam sendo evidenciados”, afirma. O cientista destaca que o PT tem uma candidatura completamente alinhada a Lula no Piauí, mas o principal candidato do ministro Ciro Nogueira, que é Sílvio Mendes, tenta "estadualizar" o pleito por conta da rejeição local a Bolsonaro. Candidato ao Senado Wellington Dias e o candidato ao governo Rafael Fonteles Illana Serena/g1 Piauí “Do lado da candidatura vinculada ao Bolsonaro, temos a do PL, uma candidatura tipicamente bolsonarista, do ponto de vista da agenda moral. Do outro, temos uma candidatura apoiada por Nogueira e com a participação direta do PP, que são umbilicalmente vinculados politicamente ao governo Bolsonaro. Considerando a rejeição do presidente no estado do Piauí, a estratégia de Mendes será se desvincular de Bolsonaro, buscando, ao máximo, estadualizar o pleito. Ou seja, evitar que o debate presidencial influencie o debate no âmbito estadual”, disse Sandes. Terceira via Para o cientista político, uma terceira via é impossibilitada em eleições majoritárias pela concentração de votos em poucas candidaturas. Contudo, a situação não impede o surgimento de forças políticas. “Ainda assim, essas possíveis alternativas têm dificuldade de se organizar e angariar apoios, considerando que a maioria ou se vincula ao lado governista ou àquele que mais possui a capacidade de opor ao grupo que está no poder, sobrando pouco espaço. Ainda há outros limitantes, como o fato de que alguns acordos nacionais (como, por exemplo, aqueles que levaram à formação de federações) levaram a composições e ao enfraquecimento de forças políticas que se colocavam como alternativa”, analisou o pesquisador. Leia também: Eleições 2022: convenções partidárias começam nesta sexta-feira (22) no Piauí; veja calendário Saiba tudo sobre as Eleições 2022 e acompanhe a cobertura completa do pleito em nossa página especial. Candidatos ao governo do Piauí em 2022: veja lista ???? Confira as últi

O ministro da Casa Civil articula apoios à eleição de Sílvio Mendes (União Brasil), mas também viabilizou a candidatura do coronel Diego Melo (PL) pelo partido do presidente Jair Bolsonaro. Após dois mandatos, Dias concorre ao Senado. Ministro Ciro Nogueira apoia candidaturas da oposição no Piauí: Silvio Mendes (à esq) e Coronel Diego (à dir) Montagem: Reprodução e Andrê Nascimento/g1 Ministro da Casa Civil e presidente nacional do Progressistas (PP), Ciro Nogueira é o grande articulador da oposição ao governo do Piauí, sua base eleitoral. No estado, ele tem sob seu comando duas candidaturas com o objetivo de tirar o PT do poder, já que o atual governador, Wellington Dias, concorrerá ao Senado e tenta fazer o seu sucessor. Apoiador fiel de Bolsonaro nos últimos anos e um dos líderes do Centrão, Nogueira investe no ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (União Brasil), nesta eleição. Tanto que sua ex-mulher e correligionária, a deputada federal Iracema Portela (PP), está como vice na chapa. Eleição de 2022 terá campanha mais curta desde 1994 Outro movimento ocorreu dentro do Partido Liberal (PL), atual sigla do presidente Jair Bolsonaro. O ministro foi responsável pela candidatura do coronel Diego Melo, que há até pouco tempo era do Patriota e migrou para a sigla bolsonarista. Antes, Ciro indicou a jornalista Samanta Cavalca para ser presidente estadual do PL –com o aval de Bolsonaro. Coronel Diego foi oficializado como candidato ao governo do estado na última sexta-feira (22) e a convenção contou com a presença do ministro Ciro Nogueira e da senadora Eliane Nogueira (PP), mãe do ministro. Ela assumiu vaga como senadora após a licença de Ciro para ocupar o ministério no governo Bolsonaro. Ciro Nogueira durante convenção do candidato do PL ao governo do Piauí Há outras manobras para derrotar o ex-governador Wellington Dias (PT), que apoia a candidatura do petista Rafael Fonteles ao Palácio de Karnak, e do próprio Dias, que concorre a uma vaga no Senado. Nogueira trouxe para a primeira suplência de seu pré-candidato ao Senado Joel Rodrigues (PP), um pré-candidato do PDT. Charles da Silveira é correligionário do candidato à presidência da República Ciro Gomes. Polarização Assim como no âmbito nacional na disputa entre Bolsonaro e Lula (PT), líderes das pesquisas de intenção de voto segundo o Datafolha, no Piauí também há polarização. Especialistas afirmam que os candidatos locais têm foco nos dois representantes nacionais para alavancar suas campanhas. “Ciro Nogueira e o PP , Wellington Dias e o PT se colocam em lados antagônicos e, consequentemente, as candidaturas apoiadas por eles. Não há como uma disputa estadual se desvincular inteiramente da disputa presidencial", diz o cientista político Vitor Sandes. Vitor conta que, desde 1994, as eleições nacionais e estaduais "são 'casadas', ou seja, elas ocorrem ao mesmo tempo. É estratégico para os candidatos presidenciais mais competitivos ter palanques nos estados e, diante disso, os vínculos dos políticos e dos partidos nos estados com os presidenciáveis acabam sendo evidenciados”, afirma. O cientista destaca que o PT tem uma candidatura completamente alinhada a Lula no Piauí, mas o principal candidato do ministro Ciro Nogueira, que é Sílvio Mendes, tenta "estadualizar" o pleito por conta da rejeição local a Bolsonaro. Candidato ao Senado Wellington Dias e o candidato ao governo Rafael Fonteles Illana Serena/g1 Piauí “Do lado da candidatura vinculada ao Bolsonaro, temos a do PL, uma candidatura tipicamente bolsonarista, do ponto de vista da agenda moral. Do outro, temos uma candidatura apoiada por Nogueira e com a participação direta do PP, que são umbilicalmente vinculados politicamente ao governo Bolsonaro. Considerando a rejeição do presidente no estado do Piauí, a estratégia de Mendes será se desvincular de Bolsonaro, buscando, ao máximo, estadualizar o pleito. Ou seja, evitar que o debate presidencial influencie o debate no âmbito estadual”, disse Sandes. Terceira via Para o cientista político, uma terceira via é impossibilitada em eleições majoritárias pela concentração de votos em poucas candidaturas. Contudo, a situação não impede o surgimento de forças políticas. “Ainda assim, essas possíveis alternativas têm dificuldade de se organizar e angariar apoios, considerando que a maioria ou se vincula ao lado governista ou àquele que mais possui a capacidade de opor ao grupo que está no poder, sobrando pouco espaço. Ainda há outros limitantes, como o fato de que alguns acordos nacionais (como, por exemplo, aqueles que levaram à formação de federações) levaram a composições e ao enfraquecimento de forças políticas que se colocavam como alternativa”, analisou o pesquisador. Leia também: Eleições 2022: convenções partidárias começam nesta sexta-feira (22) no Piauí; veja calendário Saiba tudo sobre as Eleições 2022 e acompanhe a cobertura completa do pleito em nossa página especial. Candidatos ao governo do Piauí em 2022: veja lista ???? Confira as últimas notícias do g1 Piauí ???? Acompanhe o g1 Piauí no Facebook, no Instagram e no Twitter VÍDEOS: Assista às notícias mais vistas da Rede Clube O ministro da Casa Civile, Ciro Nogueira, é o grande articulador da oposição ao governo do









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