UE estuda resposta do Irã a projeto de acordo sobre programa nuclear

Negociações tentam salvar acordo de Viena de 2015. A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira (16) que está "estudando" a resposta do Irã ao texto final elaborado pelo bloco para tentar salvar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear de Teerã. "Recebemos a resposta do Irã na segunda-feira à noite. Estamos estudando e consultando os demais aliados do acordo sobre a forma de avançar", declarou à AFP a porta-voz de Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia e mediador das recentes negociações de Viena. O acordo de Viena de 2015 foi assinado por Irã, UE, Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia. Horas antes do anúncio de Bruxelas, Teerã informou o envio de sua resposta ao "texto final" elaborado pela União Europeia. "O Irã enviou sua resposta por escrito ao esboço do projeto de acordo de Viena e anunciou que um acordo será alcançado se os Estados Unidos reagirem com realismo e flexibilidade", afirmou a a agência oficial Irna. Após meses de bloqueio, as negociações foram retomadas em 4 de agosto em Viena para uma nova tentativa de salvar o acordo internacional de 2015. Borrell apresentou o atual rascunho do acordo em 8 de agosto. O pacto, conhecido pelas sigla em inglês JCPOA (Joint Comprehensive Plan of Action), busca garantir o caráter civil do programa nuclear do Irã, país acusado de querer desenvolver armamento nuclear, apesar de seus desmentidos reiterados. Após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018, por iniciativa do então presidente Donald Trump, e do restabelecimento das sanções americanas, o Irã deixou de cumprir gradativamente suas obrigações estabelecidas no acordo de 2015. O objetivo das últimas conversações em Viena, nas quais Washington participou de forma indireta, era justamente a retomada do processo, para permitir a recuperação de um mecanismo que garanta o caráter pacífico do programa nuclear iraniano. O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdollahian, declarou na segunda-feira que seu país comunicaria as "propostas finais" sobre a negociação antes de terça-feira. "As divergências têm relação com três pontos, nos quais os Estados Unidos expressaram verbalmente sua flexibilidade em dois casos, mas isto deve ser incluído no texto", afirmou a agência Irna sem revelar detalhes. "A terceira questão diz respeito à garantia de que o acordo será duradouro, e isto depende do realismo dos Estados Unidos no momento de dar tranquilidade ao Irã", acrescentou a agência. O porta-voz do Departamento de Estado americano se negou na segunda-feira a explicar se Washington suspenderá as sanções em caso de acordo sobre o programa nuclear iraniano, como exige Teerã. jug-rmb/avl/zm/fp

UE estuda resposta do Irã a projeto de acordo sobre programa nuclear
Negociações tentam salvar acordo de Viena de 2015. A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira (16) que está "estudando" a resposta do Irã ao texto final elaborado pelo bloco para tentar salvar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear de Teerã. "Recebemos a resposta do Irã na segunda-feira à noite. Estamos estudando e consultando os demais aliados do acordo sobre a forma de avançar", declarou à AFP a porta-voz de Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia e mediador das recentes negociações de Viena. O acordo de Viena de 2015 foi assinado por Irã, UE, Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia. Horas antes do anúncio de Bruxelas, Teerã informou o envio de sua resposta ao "texto final" elaborado pela União Europeia. "O Irã enviou sua resposta por escrito ao esboço do projeto de acordo de Viena e anunciou que um acordo será alcançado se os Estados Unidos reagirem com realismo e flexibilidade", afirmou a a agência oficial Irna. Após meses de bloqueio, as negociações foram retomadas em 4 de agosto em Viena para uma nova tentativa de salvar o acordo internacional de 2015. Borrell apresentou o atual rascunho do acordo em 8 de agosto. O pacto, conhecido pelas sigla em inglês JCPOA (Joint Comprehensive Plan of Action), busca garantir o caráter civil do programa nuclear do Irã, país acusado de querer desenvolver armamento nuclear, apesar de seus desmentidos reiterados. Após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018, por iniciativa do então presidente Donald Trump, e do restabelecimento das sanções americanas, o Irã deixou de cumprir gradativamente suas obrigações estabelecidas no acordo de 2015. O objetivo das últimas conversações em Viena, nas quais Washington participou de forma indireta, era justamente a retomada do processo, para permitir a recuperação de um mecanismo que garanta o caráter pacífico do programa nuclear iraniano. O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdollahian, declarou na segunda-feira que seu país comunicaria as "propostas finais" sobre a negociação antes de terça-feira. "As divergências têm relação com três pontos, nos quais os Estados Unidos expressaram verbalmente sua flexibilidade em dois casos, mas isto deve ser incluído no texto", afirmou a agência Irna sem revelar detalhes. "A terceira questão diz respeito à garantia de que o acordo será duradouro, e isto depende do realismo dos Estados Unidos no momento de dar tranquilidade ao Irã", acrescentou a agência. O porta-voz do Departamento de Estado americano se negou na segunda-feira a explicar se Washington suspenderá as sanções em caso de acordo sobre o programa nuclear iraniano, como exige Teerã. jug-rmb/avl/zm/fp